terça-feira, 15 de março de 2011

Alto da Barca do Inferno o Parvo - Antevisão


Depois do julgamento do Fidalgo e do Onzeneiro, eis que ao cais chega Joane, o Parvo. Agora que conheces a dinâmica do Auto da Barca do Inferno, procura adivinhar o que vai suceder nesta cena, referindo o percuso cénico da personagems, os argumentos trocados com o Diabo e o Anjo e a sentença final.


Vem Joane, o Parvo, e diz:



PARVO: - Olá, para onde vai esta barca?



DIABO: - Vai para onde tu deverias ir.



PARVO: - Eu… mas para onde é que tenho de ir?



DIABO: - Mas tu não sabes para onde tens de ir?



PARVO: - Não, porque portei-me bem lá em baixo e quero de ir para o céu.



DIABO: - Ah ah ah! Queres ir para o céu?



PARVO: - Pois quero.



DIABO: - Mas aqui não há queres.



PARVO: - Mas eu é que sei.



DIABO: - Mas tu achas que tens condições para ir para o céu?



PARVO: - Tenho sim.



DIABO: - Não quero mais conversas contigo, cala-te e entra.



PARVO: - Mas esta barca é muita feia. Vou para aquela que tem aparência melhor.



Chega o Parvo ao batel do Anjo e diz:



PARVO: - Olá, para onde vai esta barca?



ANJO: - Que estás aqui a fazer?



PARVO: - Tu não sabes? Quero entrar, claro!



ANJO: - Tu entrarás aqui.



PARVO: - Sim, pois.



ANJO: - Achas? Tu nem penses que entras aqui.



PARVO: - Por que é que não posso entrar aqui?



ANJO: - Com os teus pecados não cabes aqui.



PARVO: - Mas eu sempre me portei bem.



ANJO: - Tu sempre te portaste bem?



PARVO: - Às vezes fazia asneiras.



ANJO: - Então vai para a outra barca.

(Anjo/Diabo: que personagem tem a última palavra e qual a sua decisão?)

DIABO: - Ó Joane, estamos à tua espera. Embarca.

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